Quem prefere não falar para evitar conflitos entra em conflito justamente por não falar nada.
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Marisa de Abreu
Psicóloga CRP 06/29493
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Quem prefere não falar nada para evitar conflitos, entra em conflito, justamente, por não falar nada. Andre Barbosa
O beneficio do silencio: O neurologista Pablo Irimia aponta: o silêncio facilita o controle da pressão arterial (prevenindo, assim, doenças cardíacas e AVCs). “O pensamento profundo e meditado gera novas conexões entre os neurônios. Ou seja, uma vida intelectual com concentração e, portanto, silêncio, desempenha um papel protetor em distúrbios neuronais.
Mas uma coisa é o silencio por opção e a outra o silencio para evitar conflitos.
Cada pessoa tem seu nível de tolerância para ouvir o outro e controlar o que irá dizer conforme suas ideias, opiniões e sentimentos.
Por que não reagimos? Porque concordamos com a situação, por não ter argumentos para contestar, ou por medo da reação do outro.
Não temos poder quanto a outro reagir mal ao que falamos e fazemos. O que podemos controlar é o quanto deixamos que nos afete.
Muitas vezes tentamos evitar que nos tratem mal, tentamos nos calar de forma a evitar a resposta negativa, mas não percebemos que a agressividade do outro nem sempre é reação ao que você diz ou faz, é o mundo interno dele permeado da vontade de atacar e da dificuldade nas habilidades sociais.
Se não nos expressamos acabamos nos sentindo frustrados, estressados, temos prejuízos cognitivos, afetivos e sociais. Desânimo, irritação, ansiedade e tristeza. Também sintomas físicos como insônia, dores no corpo, baixa imunidade, afecções na pele e dificuldade de respiração.
Alexitimia é o nome dado pela Psicologia à dificuldade das pessoas em verbalizar suas emoções e sentimentos e sofrer em silêncio.
Alguns indivíduos, muitas vezes, consideram que falar dos sentimentos – principalmente os ruins significa fraqueza.
O medo da rejeição é um dos fatores que mais comuns, o receio de expressar os sentimentos amorosos, por já ter sido rejeitado outras vezes.
Quando a pessoa sofreu com muitas críticas ou não teve a devida atenção durante a infância pode fazer com que a pessoa prefira guardar.
Muitos acreditam que não precisam se expor e que os outros, principalmente os mais próximos, são capazes de adivinhar os seus sentimentos.
A cura não vem do esquecer, vem do lembrar sem sentir dor. Freud. E para lembrar falamos, entendemos, ressignificamos, até a carga emocional estar bem administrada.
https://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/07/ciencia/1473259838_168902.html