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O álbum Charmbracelet, lançado por Mariah Carey em 2002, foi um dos projetos mais emocionalmente intensos de sua carreira, mas também representou um momento de transição difícil para a cantora. Após o lançamento do filme Glitter e sua trilha sonora em 2001, que foram um fracasso comercial e de crítica, Charmbracelet chegou em meio a muitas expectativas e desafios. Carey, que havia passado por um colapso emocional público e problemas com sua gravadora, tentava se reerguer com este novo álbum. O álbum tinha a intenção de ser um retorno ao estilo mais emocional e vulnerável de Mariah, com faixas como "Through the Rain", que refletiam seu desejo de superação pessoal. No entanto, as controvérsias começaram logo com sua produção, pois críticos apontaram que sua voz não estava mais tão potente quanto nos trabalhos anteriores, e muitos fãs comentaram sobre o "whisper register" (canto mais suave) que ela começou a adotar nesse período. A recepção comercial também foi morna, comparada a seus álbuns anteriores, como Butterfly e Daydream. Embora Charmbracelet tenha debutado no top 3 da Billboard 200, ele rapidamente caiu nas paradas e não conseguiu gerar os grandes sucessos esperados. Além disso, o álbum enfrentou críticas por sua produção datada, com algumas colaborações (como a com Jay-Z em "You Got Me") sendo vistas como tentativas forçadas de se alinhar às tendências do hip-hop da época. Outro ponto de discussão foi como a indústria e o público começaram a deixar Mariah de lado. A virada dos anos 2000 trouxe uma nova geração de popstars, como Britney Spears e Christina Aguilera, que começaram a dominar as paradas. O contexto de mudanças no cenário musical fez com que Mariah parecesse fora de sintonia com o novo som da era digital e, em certa medida, sua imagem também sofreu com isso. A crítica à sua voz, aliada à saturação de outros ícones pop emergentes, fez com que a mídia a visse como alguém que já havia alcançado o auge e agora estava em declínio. Ainda assim, Charmbracelet é reconhecido por muitos como uma obra importante, mesmo que incompreendida em seu tempo. Representa o esforço de Mariah Carey de se reconectar com sua essência artística e emocional, apesar das adversidades que enfrentou. O álbum acabou servindo como uma ponte para sua redescoberta com The Emancipation of Mimi, que seria seu verdadeiro retorno ao topo das paradas e da crítica. Essa fase de marginalização na carreira de Mariah, quando o mundo a deixou de lado, só serviu para provar sua resiliência como artista, algo que ela demonstraria novamente ao reinventar sua carreira nos anos subsequentes.
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