Como funciona a destilação dos Óleos Essenciais?
Sabemos que as moléculas aromáticas são produzidas por meio de estruturas vegetais específicas, que compõe o metabolismo secundário das plantas aromáticas. Contudo, quando nestas estruturas, estas moléculas ainda não são Óleo Essencial. Para termos acesso ao Óleo Essencial é preciso extraí-las de dentro das plantas aromáticas, e aqui entra a importância da destilação.
Apesar de existirem outros métodos de extração (que veremos em próximos vídeos), a destilação é o principal processo de extração dos Óleos Essenciais. E como funciona este processo?
Ele acontece através de um equipamento chamado destilador. Os destiladores podem variar em sua capacidade de armazenamento de material vegetal. Eles vão desde destiladores pequenos (com capacidade de 10 kg) até grandes, de escala industrial, com capacidade de 3 toneladas.
Antes de alocar o material vegetal no destilador, o produtor precisará estar atento para o melhor momento de colheita da planta aromática a ser destilada. A estrutura produtora de moléculas aromáticas varia de planta para planta. No Vetiver, por exemplo, destilamos a raiz. Já na Lavanda, destilamos sua inflorescência. Além disto, cada uma destas plantas possui uma época do ano mais adequada para ser colhida, de modo a aproveitar-se o máximo de suas moléculas aromáticas. Além disto, muitas plantas (como a Lavanda) precisarão ficar em “descanso” após serem colhidas, de modo a liberarem as moléculas aromáticas e estarem prontas para um aproveitamento máximo na destilação.
Estes detalhes são os segredos da destilação. Daí a importância de conhecermos a procedência de nossos óleos, de modo a observar o cuidado daqueles que manejam e destilam as plantas aromáticas. Todos estes detalhes farão grande diferença na qualidade do Óleo Essencial a ser produzido, e todo destilador que se preze saberá respeitar estas condições.
Uma vez alocado o material vegetal dentro do destilador, inicia-se a destilação. Existem dois tipos: 1- Hidrodestilação; 2- Destilação por arraste de vapor. Os dois são bem parecidos, distinguindo-se no seguinte detalhe: na hidrodestilação, o material vegetal é colocado dentro d´água; na destilação por arraste de vapor, o material vegetal é alocado num recipiente diferente daquele onde está a água.
Quanto à dinâmica, ela é muito parecida: 1- a água será fervida ao ponto de ebulição; 2 – O vapor d´água irá romper as estruturas vegetais onde estão as moléculas aromáticas; 3- As moléculas aromáticas irão subir junto ao vapor d´água (daí o nome “arraste de vapor”); 4- Este vapor será lentamente resfriado à medida que desce através da serpentina; 5- Colheremos o produto final: Óleo Essencial & Hidrolato.
Sem este processo de destilação não teríamos o Óleo Essencial. A destilação nos remete aos símbolos alquímicos de transmutação. Nela, observamos a morte e a ressurreição da planta através de sucessivas expansões e contrações (“solve et coagula”). A planta morre em sua dimensão vegetal e renasce, doando-se na forma de um sofisticado medicamento holístico: o Óleo Essencial!