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Depois que perdi meu marido naquele acidente horrível, minha vida mudou para sempre. A casa que antes era cheia de risadas se tornou silenciosa, quase sufocante. Tudo o que me restou foi Dona Alzira, minha sogra. Eu a considerava uma segunda mãe e, apesar de todo o luto que carregava, dediquei os últimos oito anos da minha vida a cuidar dela. Eu limpava a casa, preparava as refeições, levava-a ao médico e ficava ao lado dela nos momentos difíceis. Não fazia por obrigação, mas por amor e respeito.
Naquele dia, o sol brilhava como qualquer outro. Eu estava na cozinha, lavando a louça depois do almoço, enquanto Dona Alzira tomava seu café na sala. Foi então que ela falou, sem sequer me olhar:
— A casa e a herança vão para o único filho que me resta, o Paulo.