O Uanderson sempre teve o desejo de ser pai, quando começou a trabalhar como enfermeiro em uma casa de acolhimento encontrou a possibilidade de começar a realizar esse sonho. Ele só não esperava que se tornaria pai solo de 12 jovens.
Dentro das casas de acolhimento, o Uanderson o percebeu que as crianças mais velhas, os adolescentes, principalmente negros, tinham menos chance de serem adotados. Isso porque cerca de 5 mil crianças e adolescentes esperam por uma família no Brasil, apesar de haver mais de 38 mil pretendentes à adoção.
A conta não fecha porque a grande maioria das crianças e adolescentes prontos para serem adotados tem mais de 7 anos, enquanto aqueles que estão na fila para adotar desejam crianças mais novas com preferência para as garotas.
O Uanderson sabia do impacto na vida das crianças quando precisavam se separar dos irmãos no momento da adoção. Por isso, sempre trazia para casa a família completa.
Quando já estava com 8 filhos dentro de casa, ele recebeu uma notificação com a mensagem de Marcos através do Facebook: "Sou amigo do Pedro e do Leonardo que você adotou aqui no acolhimento. A gente vê nossos amigos menores e brancos indo embora e ninguém adota as crianças pretas. Será que você aceitaria me adotar?".
Uanderson foi até o encontro de Marcos e suas duas irmãs Luciara e Victória.
Quando achou que a família estava completa, Uanderson enfrentou a maior dor de sua vida. No único verão que ele não estava com os filhos, que já tinham alcançado a maioridade, no banho de mar, o Alexandre faleceu afogado. Perder o terceiro filho em uma fatalidade gerou dor, sofrimento e culpa ao pai dos 11 jovens.
Em uma ida ao cemitério, ele ouve uma voz junto do vento pedindo para que naquele dia ele trocasse a visita ao túmulo por mais uma visita ao abrigo. Naquele dia, ele encontrou mais um filho. O Yohan não chega para substituir o Alexandre, mas trouxe força para o pai não desistir da caminhada.
Com 12 filhos adotados, o Uanderson deixa claro para todos que adoção não é caridade e desmistifica a ideia de que os adolescentes não são jovens educáveis. Ele é a prova que as crianças mais velhas também constroem relações de amor com a família adotiva
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