O livro Negro do Comunismo, escrito por vários autores, mostra como o comunismo, que nasceu como a grande promessa de um governo voltado para a justiça social, aboliu qualquer tipo de justiça humana, liquidando o menor esboço de oposição, eliminando integrantes do próprio governo para renovar o compromisso de fidelidade partidária e esmagando o próprio povo quando este não agia de forma totalmente submissa.
Lançado apenas seis anos após a derrocada da União Soviética, em 1991, o livro enterrou de vez a ideia de que uma ditadura do proletariado pudesse voltar à Europa. Em parte por influência desta obra, os europeus entendem hoje que apenas o socialismo democrático é viável.
No Brasil, claro, o livro é tratado como uma obra menor, sensacionalista e sem rigor acadêmico. No entanto, não foi o livro em si que gerou essa reação furiosa, mas sua introdução. No primeiro mundo, porém, o debate que ele provocou foi um marco inegável que deixou feridas profundas na extrema esquerda.