Após insistência de alguns colegas que compartilham essa paixão por equipamentos de som dos anos 80, eu decidi compartilhar com vocês este vídeo onde apresento o meu System One Gradiente, uma raridade do final dos anos 70 (lançado em 1978).
Este System One está comigo a vários anos e sempre muito bem cuidado e mantido (agradecimentos ao Sidnei, um profissional com grande conhecimento em eletrônica que ao longo dos anos vem cuidando dos módulos do System One com muito carinho e competência).
Certamente irão notar que trata-se de uma versão customizada do System One original, com todos os painéis cuidadosamente alterados para aço escovado do original grafite. A serigrafia foi refeita seguindo os padrões exatos do original e o produto final é perfeito, uma jóia que se não for a mais bem conservada do país, tanto em estética quanto na eletrônica, está certamente entre as primeiras.
Todos os módulos funcionam e todos os botões e potenciômetros estão em excelente estado de conservação.
- Aqui um pouco de história:
No final dos anos 70, a Gradiente do Brasil decidiu inovar e seguir os padrões já rotineiros nos mercados da Europa, Asia e EUA e partiu para um som modular, profissional e de alta qualidade, um passo a frente dos famosos som 3 em 1 da época. O System One original vinha com módulos separados para Toca Discos (DD-1), Toca Fitas (CD-1) e Rádio AM-FM (T1) além é claro do M-1, um Mixer versátil para até 6 entradas de fontes de áudio (aceitando inclusíve microfones), um equalizador (o E-1/E-1C) de 10 faixas de frequências por canal com controles deslizantes, um Pré-Amplificador (o P-1) e o grande destaque do conjunto, o A-1, um Amplificador de Potência de alta fidelidade, com capacidade de alimentar caixas acústicas com 200W RMS por canal em 8ohms com THD de apenas 0,03% (ou 360W RMS em 4 ohms). Este conjunto era complementado por um par de caixas acústicas Reference-1 as quais infelizmente não tenho mais.
A título de curiosidade e para ser justo, a Polivox lançaria sua linha 5000 também no final dos anos 70, a qual em termos de qualidade e beleza não ficava atrás da Gradiente, apesar do System One ser mais potente e ser mais desejado na época. Se me recordo bem, na minha adolescência, ter uma System One era símbolo de status e seu preço era equivalente a um carro zero quilómetro (se não me falha a memória, algo equivalente a 10mil USD se comprado aqui no Brasil).
-Um pouquinho mais sobre os módulos:
O DD-1 era um Toca Discos direct drive (sem correia) totalmente eletrônico, com ajuste fino de velocidade (33 1/3 e 45rpm) e com luz estroboscópica. Seu robusto motor DC era servo-controlado e sua resposta em frequência variava de 10Hz a 25kHz.
O CD-1 era um Toca Fitas Stereo (Cassete Deck) inovador, com ajuste de BIAS para fitas de dióxido de cromo (CrO2) sendo na realidade um "rebranding" do modelo KD-85 da JVC japonesa. Extremamente robusto e com cabeça de gravação e reprodução Super-Alloy", este modelo importado da JVC japonesa e incorporado ao System One era uma grande inovação para a época.
O T-1 era um Sintonizador Stereo de AM-FM (Tuner) com vários filtros e com um painel exuberante para a época (sim, nos anos 80 era nesse tipo de equipamento que ouvíamos AM e FM).
O E-1 (e E-1C) era um Equalizador de 10 faixas de frequências com controles deslizantes, usado para ajustar o som entregue ao P-1 ao gosto do ouvinte, mais graves, médios ou agudos, aí ficava por conta do freguês.
O M-1 era um Misturador Stereo de 6 Entradas (Mixer) com capacidade para processar sinais de 4 Toca Discos ou 4 entradas variadas além de ter mais 2 entradas separadas para microfones. Era o preferido dos DJs das festinhas de garagem (discoteques) dos anos 80, sendo essa uma das razões que é tão difícil achar um em excelente estado hoje em dia. Para minha sorte, o meu M-1 nunca entrou numa garagem pra misturar músicas e vozes nos embalos de sábado a noite.
O P-1 assim como o M-1 podia ser usado como misturador stereo porém com menos flexibilidade (número reduzido de entradas). Sua principal função era pré-amplificar o som das fontes e entregar a entrada perfeita para o A-1 encorpar o som e entregar os Watts que sacudiam a quadra nas festinhas.
O A-1, era o Amplificador de Potência dos sonhos na época. Com capacidade de alimentar caixas acústicas com até 340W RMS (4 ohms) ele era o destaque dos bailes e conhecido como destruidor de caixas de som, pois entregava muita potência e grande fidelidade, com baixa distorção (TDH de apenas 0,03%), um milagre sonoro na época.
Todos os módulos do meu System One são originais (exceto o painel em aço escovado). Os componentes mecânicos funcionam e a eletrônica é original com a manutenção apenas trocando componentes desgastados por originais ou melhores que os originais, sem alterar o padrão original.
NÃO DISPONÍVEL PARA VENDA.