T01 E04: MANGUEBEAT | ESSE SOM É MASSA: uma história ritmada de Pernambuco
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Chico Science disse que “o homem coletivo sente a necessidade de lutar”. No Recife e Olinda dos anos 1990, houve uma revolução, talvez muito mais profunda e inclusiva que qualquer outra na história desse estado, que carrega uma história de lutas. O Movimento Mangue, encabeçado por Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A, colocou uma antena parabólica enfiada na lama e disse pro mundo: nos ouçam. Ouçam nosso sotaque, nossa batida, nossa história ritmada. Segundo Fred ZeroQuatro, do Mundo Livre, “O objetivo era engendrar um *circuito energético*, capaz de conectar as boas vibrações dos mangues com a rede mundial de circulação de conceitos pop. Imagem símbolo: uma antena parabólica enfiada na lama.”.
A metáfora do mangue parece perfeita: Recife, cidade dos rios, uma cidade aterrada, estava nessa década no auge da sua precariedade, afundada na sua lama. Só que essa lama do mangue, naturalizada enquanto o lixo da cidade, na verdade é o viveiro de uma rica diversidade. O mangue é o encontro do rio com o mar. O manguebeat é o encontro de Pernambuco com o mundo. A revolução do manguebeat foi a inversão do olhar do pernambucano para si mesmo; foi a retomada da autoestima, do sentimento quase nacionalista que soa caricato, mas que guarda uma trajetória peculiar na história do Brasil.
O movimento se espalhou. Pernambuco voltou a falar para o mundo e gerações diferentes de artistas dos mais diversos campos enfiaram os pés na lama e passaram a expressar sua arte com um alcance incomparável com antes. O manguebeat não foi o motor dessa proliferação artística, mas talvez tenha sido a peça fundamental para destravar um estado que estava adormecido.
REFERÊNCIAS
MELLO, Evaldo Cabral de. O Norte agrário e o Império, 1871-1889. Topbooks, 1999.
MELLO, Evaldo Cabral de. Rubro veio: o imaginário da restauração pernambucana. Topbooks, 1997.
TELES, José. Do frevo ao manguebeat. Editora 34, 2000.
TESSER, Paula. "Mangue Beat: húmus cultural e social." Logos 14.1 (2007): 70-83.
FONTES
Chico Science & Nação Zumbi ao vivo no Cais da Alfândega (1994): https://www.youtube.com/watch?v=FFCw8NQXr0A&t=2097s
Programa Repertório Popular, com Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A: https://www.youtube.com/watch?v=_cM1j5pC0lk
Chico Science & Nação Zumbi no Cultura Livre (1993): https://www.youtube.com/watch?v=5u-Z7Frl7M4
Chico Science fala em entrevista sobre a influência de Josué de Castro: https://www.youtube.com/watch?v=_g0wCCQnaSg
Chico Science & Nação Zumbi no Programa Bem Brasil (1996): https://www.youtube.com/watch?v=sjde8uD3m5Y&t=3276s
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