Dona Flor e seus quatro irmãos são de uma família pobre, no interior da Bahia. Na adolescência, uma tia levou um de seus irmãos, o Antônio, para trabalhar e o rapaz sumiu. Foram mais de 30 anos tentando achar o paradeiro de Tonho, mas Flor conseguiu encontrá-lo.
Com a pobreza extrema, Flor e seus irmãos começaram a sair de casa, na cidade de Amargosa, no sul da Bahia, para tentar a vida em outras cidade. Ela e sua outra irmã, Odinéia, foram para Salvador trabalhar como domésticas e estudar.
Em uma das idas de Flor para sua cidade Natal, ela descobre que seu irmão Antônio havia deixado a cidade junto com uma tia, irmã de sua mãe, rumo ao sudeste com a promessa de ganhar muito dinheiro. Antônio na época tinha 16 anos, não sabia ler e não tinha documentos.
Foi aí que a busca do paradeiro de Tonho começou. Foram anos e anos tentando achar o rapaz. A tia, que havia levado o menino, disse que ele seguiu o caminho dele num pau de arara para o sudeste.
No boca a boca, Flor começou a descobrir por onde ele havia passado e também o nome de uma moça que sabia quem havia levado o garoto para o Rio de Janeiro. A questão é que ela só tinha o apelido dessa moça... Foi aí que ela passou seis meses ligando todo santo dia para os números do catálogo telefônico a procura dela. E a achou!
Nesse meio-tempo, já haviam passado quase 30 anos de uma procura que Flor jamais deixou de fazer, principalmente para que sua mãe, já idosa e desacreditada que o filho estivesse vivo, ficasse em paz.
Com a informação da mulher pelo telefone, Flor descobriu que seu irmão era casado, tinha sete filhos e morava em Campos dos Goytacazes. Ela não poderia ir para lá, mas enviou uma carta para ele, dizendo que estavam anos à sua procura.
Quando Antônio recebeu a carta passou mal e foi socorrido pela comunidade, tamanha era sua emoção. Ele ligou para a irmã e a emoção foi maior ainda.
No dia seguinte da carta, ele se ajeitou para voltar para Salvador e reencontrar a família. A viagem foi feita de ônibus e todo mundo ficou sabendo da história. Quando o busão chegou na rodoviária, dava pra ouvir de longe a festa.
30 anos. Flor tentou por todo esse tempo sem nunca desistir de encontrar o irmão. A família estava reunida novamente, e eles conseguiram finalmente comemorar as festas com todos juntos, inclusive o aniversário de 90 anos da mãe deles.
Até o falecimento da mãe, aos 99 anos, eles ficaram juntos e Antônio pôde matar a saudades e ainda cuidar de quem ele ficou tanto tempo longe.
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